Estudo de Mateus 1,22-23 com referência a Yeshayáhu 7,14 (Josué)
Estudo de Mateus 1,22-23 com referência a Yeshayáhu 7,14 (Josué)
Jesus o Ezequias?
Estudo de Mateus 1,22-23 com referência a Yeshayáhu 7,14 (Josué)
Mateus 1,22-23 Tudo isto aconteceu para se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel (Is 7,14), que significa: Deus conosco. Isaías 7,14: Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará ‘Deus Conosco’. Na análise desta passagem percebemos que ela não diz respeito a Iehoshua. Para uma melhor compreensão e para que não haja dúvidas, precisamos discutir o início deste versículo, já que ele é sempre omitido pelos apologistas cristãos. Como afirmado em Isaías 7,14, o Eterno prometeu que daria um sinal, mas a quem daria e por quê? Para conhecer as respostas, recorremos às informações da própria Bíblia, mais precisamente no Capítulo 7,1-9 do livro de Isaías. Naquela época, o Reino do Norte (Efraim) se aliou a Rasin, rei de Arão em uma tentativa de se libertar do perigo assírio. Como o Reino do Sul (Judá) não participou da coalizão entre o Reino do Norte e Arão, estes dois temeram que o Reino de Judá se tornasse aliado da Assíria. Assim, eles resolveram atacar o Reino do Sul, para destronar o rei Acaz e colocar no seu lugar o filho de Tabeel, rei de Tiro. Acaz, temendo ser cercado pelos exércitos adversários, efetuou uma verificação da reserva de água da cidade de Jerusalém. Mas Isaías vai ao seu encontro e tranqüiliza o rei Acaz, mostrando que não haverá perigo, pois continua válida a promessa de que a dinastia do rei Davi será preservada, desde que se confie totalmente nas providências do Eterno. O sinal prometido a Acaz é o seu próprio filho, do qual a rainha, uma jovem, está grávida. Este menino, que está para nascer, é o sinal de que o Eterno continua permanecendo no meio do seu povo.Daí o nome Emanuel, que significa Deus Conosco. Assim, de acordo com o contexto do Capítulo 7,1-9 do livro de Isaías, observamos que o Eterno promete um sinal ao rei Acaz e este sinal é justamente o filho do próprio rei que está por nascer. Fora disto é distorcer a interpretação do texto. Além disto, o desenrolar destes fatos foi uma previsão que se realizou em pouco tempo, e não uma previsão para um acontecimento futuro bem longínquo, como ensinam os apologistas cristãos, ao atribuírem tal profecia a Iehoshua de Nazaré, o qual surgiu pouco mais de 700 anos após estes acontecimentos. Vale ainda acrescentar que o nome Iehoshua significa Deus é Salvação, diferente do nome Emanuel, que significa Deus Conosco, que é o nome mencionado na profecia de Isaías 7,14, fato que o fanatismo cego, até hoje, não deixou que os cristãos percebessem. Ainda com relação ao nome Emanuel, vale acrescentar ainda que este é o nome dado por Isaías a uma futura criança cujo nascimento será, para o rei Acaz, o sinal da assistência divina, como afirmado em Isaías 7,14-17. A interpretação deste oráculo deve estar ligada ao significado do nome e ao alcance que terá na conjuntura daquele momento. O reino de Judá é ameaçado pelos sírios e efraimitas que, aliados, desejavam opor-se à dinastia reinante, a mesma dinastia que também se beneficia das promessas feitas a Davi. Em vez de dar crédito a estas promessas, Acaz pediu ajuda a Assíria, mas Isaías condenou este modo de agir do rei e proclamou que o Eterno estaria presente, que Ele estaria do lado do Reino de Judá, ou seja, que Ele Estaria Conosco. Deste modo, qual seria a criança cujo nascimento seria portadora de uma mensagem como esta? Como seria para o rei, contemporâneo de Isaías, que o sinal seria dado, então o nascimento anunciado deveria ocorrer proximamente. Esta criança foi Ezequias, como afirmado muitas vezes, e com boas razões. Por outro lado, esta criança é descrita em uma linguagem poético-mítica, concretamente irrealizável. O oráculo abre, portanto, uma perspectiva que segue além do rei em questão. Devido a este oráculo, alguns judeus seguidores de Iehoshua, insatisfeitos com os reis históricos de Israel, passaram a esperar por alguém que satisfizesse a esperança deles. Desta forma, Mateus, os seus contemporâneos e os cristãos posteriores a eles reconheceram em Iehoshua de Nazaré aquele que realizou plenamente o anúncio de Isaías 7,14, como está escrito em Mateus 1,23. Assim, concluímos que Isaías 7,14 não se refere a Iehoshua, mas trata-se de um versículo transladado para a época de Iehoshua por vontade dos seus próprios seguidores descontentes pelo fato do Mashiach ainda não ter aparecido. Desta forma, os seguidores de Iehoshua se encarregaram de transportar o conteúdo do versículo de Mateus 1,23 ao longo dos séculos distorcendo o real contexto histórico de tal forma que atropelou os acontecimentos da época, versículo distorcido até os dias de hoje, uma distorção que os apologistas cristãos desejam que os fiéis acreditem piamente como verdade. Por último, vale acrescentar ainda que para estes apologistas a palavra virgem da profecia de Isaías transformou-se na pessoa da Virgem Maria, uma mulher que, pelo Espírito Santo, concebeu milagrosamente a Iehoshua de Nazaré (Mateus 1,23). A palavra hebraica em Mateus 1,23 traduzida por virgem é encontrada também em Gênesis 24,43, Êxodo 2,8, Provérbios 30,19 e Cânticos dos Cânticos 1,3 e 6,8. Em todas estas passagens a palavra almah é traduzida como jovem solteira e casta, mas o termo hebraico almah designa donzela ou jovem casada recentemente e nada mais além do que isto. Assim, torna-se evidente a primeira fraude no Evangelho de Mateus.
Estudo de Mateus 2,5-6 com referência a Miquéias 5,1
Mateus 2,5-6: Disseram-lhe: “Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, não é de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo” (Miq 5,2). Miquéias 5,1-2: Mas tu, Belém Efrata, tão pequena entre os clãs de Judá, é de ti que sairá para mim aquele que é chamado a governar Israel. Suas origens remontam aos tempos antigos, aos dias do longínquo passado. Na análise desta passagem do Evangelho de Mateus percebemos a inclusão de uma passagem do texto de Miquéias, que, fora do seu contexto, aplica-se muito bem aos propósitos dos interessados, mas o seu real contexto é completamente diferente. Para resolver este problema, vamos prosseguir com os versículos de 2-5 do livro de Miquéias: Por isso, (Deus) os deixará, até o tempo em que der à luz aquela que há de dar à luz. Então o resto de seus irmãos voltará para junto dos filhos de Israel. Ele se levantará para (os) apascentar, com o poder do Senhor, com a majestade do nome do Senhor, seu Deus. Os seus viverão em segurança, porque ele será exaltado até os confins da terra. E assim será a paz. Quando o assírio invadir nossa terra e pisar nossos terrenos, resistir-lhe-emos com sete pastores e oito príncipes do povo. Devastarão a terra da Assíria com o gládio, e com a espada a terra de Nemrod. Assim nos salvará ele do assírio, quando este invadir nossa terra e atacar nosso solo. (Miquéias 5,2-5) A pessoa de quem se está falando é a que livrará o povo de Israel da Assíria. Embora o exame destas passagens não revele o nome de quem irá dar à luz e quem nascerá para apascentar os israelitas, o mais provável é que seja Ezequias, o filho do rei Acaz, Rei de Judá (721-693 a.e.c.), já que a profecia anterior, Isaías 7,14, conforme constatamos, se refere a ele. Assim, torna-se evidente mais outra fraude no Evangelho de Mateus. Estudo de Mateus 2,13-15 com referência a Hoshea 11,1( ósseias) Mateus 2,13-15: Depois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar.” José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho (Os 11,1). Oséias 11,1: Israel era ainda criança, e já eu o amava, e do Egito chamei meu filho. Na análise desta passagem do livro de Oséias a explicação é que o Profeta Oséias compara a relação entre o Eterno e Israel como a relação que existe entre Pai e Filho. Trata-se, na realidade, da libertação do povo judeu (chamado de Israel), quando o Eterno, através de Moshê, removeu este povo da subjugação dos egípcios. E para confirmar isto, devemos examinar os Oséias 11,2-11 :
Mas, quanto mais os chamei, mas se afastaram; ofereceram sacrifícios aos Baal e queimaram ofertas aos ídolos. Eu, entretanto, ensinava Efraim a andar, tomava-o nos meus braços, mas não compreenderam que eu cuidava deles. Segurava-os com laços humanos, com laços de amor; fui para eles como o que tira da boca uma rédea, e lhes dei alimento. Ele voltará para o Egito e o assírio será seu rei, porque não quiseram voltar-se para mim. A espada devastará suas cidades, destruirá seus filhos, que colherão assim o fruto de suas obras. Meu povo é inclinado a separar-se de mim, convidam-no a subir para o Altíssimo, mas ninguém procura elevar-se. Como poderia eu abandonar-te, ó Efraim, ou trair-te, ó Israel? Como poderia eu tratar-te como Adama, ou tornar-te como Seboim? Meu coração se revolve dentro de mim, eu me comovo de dó e compaixão. Não darei curso ao ardor de minha cólera, já não destruirei Efraim, porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti, e não gosto de destruir. Eles seguirão ao Senhor, que rugirá como um leão; ao seu rugido tremerão os filhos do ocidente; os egípcios tremerão como uma ave, e os assírios, como uma pomba. Eu os farei habitar em suas casas – oráculo do Senhor. (Oséias 11,2-11). Na narrativa que acabamos de examinar, o discurso está sendo dirigido ao povo de Israel. Assim, o autor da passagem de Mateus 2,13-15 modificou completamente o conteúdo de Oséias 11,1 pricipalmente no sentido que se deve dar à expressão meu filho, mas isto parece ter sido proposital, para induzir a idéia de que é a respeito de Iehoshua de Nazaré de quem fala Oséias 11,1, já que era este um dos objetivos de seus seguidores. Assim, torna-se evidente mais outra fraude no Evangelho de Mateus. Estudo de Mateus 2,16-17 com referência a Yrmiáhu 31,15(Jeremias) Mateus 2,16-17: Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos. Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: Em Rama se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos, não quer consolação, porque já não existem! (Jer 31,15). O que quer dizer Mago?
Segundo o dicionário Aurélio, mago quer dizer,antigo sacerdote, entre os medos e persas, o que pratica a magia; mágico, bruxo. Eu pergunto o que os magos estavam fazendo no nascimento de um santo “Jesus” não seria isto a indicação de paganismo? Jeremias 31,15: Eis o que diz o Senhor: ouvem-se em Rama uma voz, lamentos e amargos soluços. É Raquel que chora os filhos, recusando ser consolada, porque já não existem. De acordo com a nota marginal da Bíblia Sagrada -Editora Ave Maria - Edição 119ª, página 1078, trata-se, figuradamente, de Raquel, mãe de Benjamim e, por José, avó de Efraim e Manasses quem chora os homens destas tribos que foram levados para o exílio. Segundo esta referência, este trecho é citado em Mateus 2,18 por acomodação à dor das mulheres, cujos filhos Herodes ordenou que fossem massacrados. Devemos observar que a expressão por acomodação denuncia que não é o sentido original do texto, mas trata-se da vivência do exílio dos judeus na Babilônia. Este era o motivo do choro de Raquel, portanto, não há relação com uma profecia a respeito da morte das crianças na época de Iehoshua de Nazaré. Assim, outra passagem dos livros proféticos foi transportada ao longo dos séculos até ser encaixada em um fato semelhante, que, neste caso, foi o massacre ordenado por Herodes. Assim, torna-se evidente mais outra fraude no Evangelho de Mateus. Estudo de Mateus 2,21-23 sem referência aos livros proféticos Mateus 2,21-23: José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel. Ao ouvir, porém, que Arquelau reinava na Judéia, em lugar de seu pai Herodes, não ousou ir para lá. Avisado divinamente em sonhos, retirou-se para a província da Galiléia e veio habitar na cidade de Nazaré para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Será chamado Nazareno. Quais profetas predisseram que o Mashiach seria chamado de Nazareno? Nenhum profeta predisse isto. Como é possível, então, citar uma profecia que não existe? Como já falamos anteriormente, existe uma nítida preocupação em citar passagens dos livros proféticos na tentativa de identificar Iehoshua de Nazaré como Mashiach. Assim, torna-se evidente mais outra fraude no Evangelho de Mateus. Estudo de Mateus 3,1-3 com referência a Yeshayáhu 40,3(Josué) Mateus 3,1-3: Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judéia. Dizia ele: “Fazei penitência porque está próximo o Reino dos Céus.” Este é aquele de quem falou o profeta Isaías, quando disse: Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas (Is 40,3). Isaías 40,3: Uma voz exclama: “Abri no deserto um caminho para o Senhor, traçai reta na estepe uma pista para nosso Deus.” A passagem de Isaías 40,3 é bem compreendida a partir do versículo, o qual nos informa a quem se refere esta passagem. Vejamos: Consolai, consolai meu povo, diz vosso Deus. Animai Jerusalém, dizei-lhe bem alto que suas lidas estão terminadas, que sua falta está expiada, que recebeu da mão do Senhor, pena dupla por todos os seus pecados. Uma voz exclama: “Abri no deserto um caminho para o Senhor, traçai reta na estepe uma pista para nosso Deus. Que todo vale seja aterrado, que toda montanha e colina sejam abaixadas: que os cimos sejam aplainados, que as escarpas sejam niveladas!” Então a glória do Senhor manifestar-se-á; todas as criaturas juntas apreciarão o esplendor, porque a boca do Senhor o prometeu. (Isaías 40,1-5) Como sabemos, Isaías é considerado o maior profeta do Tanach, o profeta da Justiça. Nascido por volta do ano de 760 a.e.c., de uma família nobre originária do Reino de Judá, foi chamado pelo Eterno no ano de 740 a.e.c. para anunciar profecias, que exerceu durante cinqüenta anos. O livro de Isaías compõe-se de duas partes. Os capítulos de 1 a 39 contêm freqüentes alusões a Isaías e ao seu tempo e se encaixam perfeitamente no ambiente dos acontecimentos dos reinados de Osias, Joatão, Acaz e de Ezequias, conforme identificado em II Reis 15-24. Os capítulos de 40 a 66 fazem referência a uma época posterior. Nestes capítulos, identificamos que o profeta se dirige aos israelitas deportados ou já reintegrados em sua pátria após dominação sob os assírios. Durante esta investida, Isaías se insurgiu contra a idolatria, ameaçou ricos e poderosos e elevou a sua voz contra os hipócritas e todos aqueles que se comportavam de forma frívola. Com grande veemência ele chamou o povo ao arrependimento e às práticas dos preceitos judaicos. É aí então que ele convoca todos os israelitas a abrir um caminho para o Senhor. Assim, está provado que a referência a Isaías 40,3, como apresentada em Mateus 3,1-3, não possui ligação alguma com João Batista. Na realidade trata-se de uma convocação ao arrependimento feita por Isaías e que é dirigida aos israelitas. Assim, torna-se evidente mais outra fraude no Evangelho de Mateus. Estudo de Mateus 4,12-16 com referência a Yeshayáhu 9,1(Josué)
Mateus 4,12-16: Quando, pois, Jesus ouviu que João fora, retirou-se para a Galiléia. Deixando a cidade de Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, à margem do lago, nos confins de Zabulon e Neftali, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: A terra de Zabulon e de Neftali, região vizinha ao mar, a terra além do Jordão, a Galiléia dos gentios, este povo, que jazia nas trevas, viu resplandecer uma grande luz; e surgiu uma aurora para os que jaziam na região sombria da morte (Is 9,1). Isaías 9,1: O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. Para entendermos Isaías 9,1 precisamos estudar as passagens de Isaías 8,23-9,6. Nesta passagem consta que no ano de 732 a.e.c., o rei da Assíria tomou os territórios da Galiléia e adjacências, incluindo Zabulon e Neftali. O povo do Reino do Sul temia o avanço assírio, mas o profeta Isaías mostrou que o Eterno libertaria os oprimidos e traria a paz. O que levou Isaías a esta luminosa esperança foi o nascimento do Emanuel (Isaías 7,14), que foi Ezequias, o filho herdeiro do rei Acaz. O profeta Isaías previu um chefe sábio, fiel ao Eterno, de reinado duradouro e pacífico. Com esta atitude, Isaías ajudou a perpetuar a dinastia do rei Davi, a qual se estendeu até às regiões dominadas pela Assíria e organizou uma sociedade fundada no direito e na justiça. Assim, como já discutimos anteriormente, a passagem de Isaías 9,1 trata de Ezequias, filho do rei Acaz, e não de Iehoshua de Nazaré. Ao citar Isaías 9,1, não houve nenhuma preocupação em se analisar o contexto da frase, pois isto é fundamental para o entendimento dela. Vale a pena acrescentar, mais adiante, nos versículos de Isaías 9,1-6, que a expressão porque um menino nos nasceu evidencia tudo o que foi explicado anteriormente, pois esta passagem não se refere a Iehoshua, mas a uma outra pessoa, que é a mesma pessoa de nome Emanuel, conforme Isaías 7,14.Assim, torna-se evidente mais outra fraude no Evangelho de Mateus.
Estudo de Mateus 8,14-17 com referência a Yeshayáhu 53,4(Josué) Mateus 8,14-17: Foi então Jesus à casa de Pedro, cuja sogra estava de cama, com febre. Tomou-lhe a mão, e a febre a deixou. Ela levantou-se e pôs-se a servi-los. Pela tarde, apresentaram-lhe muitos possessos de demônios. Com uma palavra expulsou ele os espíritos e curou todos os enfermos. Assim se cumpriu a predição do profeta Isaías: Tomou as nossas enfermidades e sobrecarregou-se dos nossos males (Is 53,4). Isaías 53,4: Em verdade ele tomou sobre si, nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. A análise da passagem de Isaías 53,4 somente pode ser realizada através do estudo dos versículos de Isaías 52,13–53,12. Neste estudo, apresentar o servo sofrendo pelos pecados da humanidade como sendo uma referência ao Mashiach, como, é claro, ensinaram os primeiros cristãos, que acreditavam ser Iehoshua o referido Mashiach (Atos dos Apóstolos 8,35-37) é distorcer as Escrituras. Em seu processo contínuo de distorcer as Escrituras, os apologistas cristãos ensinam que só a partir do século XII é que surgiu a opinião de que a palavra meu servo em Isaías 52,13 se refere à nação de Israel, e que esta passou a ser interpretação dominante no Judaísmo. Segundo eles, a expressão meu servo é diferente da expressão meu povo que aparece em Isaías 53,8. Segundo estes apologistas trata-se de uma pessoa ou de uma vítima inocente, o que não significa toda a nação israelita. Tal argumento surge devido à passagem de Isaías 53,9, passagem que fala de alguém que foi sepultado ao lado de facínoras. Interessante que querem, de todas as maneiras, distorcer o texto para aplicá-lo a Iehoshua de Nazaré, quando, na realidade, se refere especificamente à nação de Israel. Também encontramos que os capítulos de 40 a 55, escritos na época do exílio na Babilônia são apresentados mensagens de esperança e consolação a Israel. Nas passagens destes capítulos, o fim do exílio é visto como um novo êxodo e, como ocorreu no primeiro, o Eterno foi o condutor e a garantia desta nova libertação. O povo judeu oprimido é denominado Servo do Eterno, expressão que reforça mais ainda o caráter judaico da interpretação desta passagem e derruba por terra a interpretação cristã. Vale apena acrescentar que a palavra servo é utilizada em outras ocasiões, como por exemplo, em Isaías 42,1-4; 49,1-6; 50,4-9 e 52,13-53,12. Nestes versículos é descrita a vocação de Israel como servo do Eterno. Os autores do Novo Testamento viram no servo, por excelência, os sofrimentos e a morte de Iehoshua como remissão para os pecados. Ora, entender tal passagem como sendo aplicada a Iehoshua não significa que a profecia seja a respeito dele. Quanto ao fato da palavra servo se referir a uma pessoa em particular, tomamos como exemplo Ciro, rei da Pérsia. Na passagem de Isaías 44,28 ele é intitulado Pastor, e, mais especificamente, em Isaías 45,1 ele é intitulado Ungido. Diante destas informações os autores do Evangelho de Mateus atribuíram estes títulos a Iehoshua de Nazaré, pois estes autores escreveram o que lhes interessava. Como afirmamos anteriormente, os seguidores de Iehoshua se encarregaram de incluir, ao longo dos séculos, o conteúdo de alguns versículos dos livros proféticos para o Novo Testamento, distorcendo o real contexto histórico e atropelando os acontecimentos históricos da época. Assim, torna-se evidente mais outra fraude no Evangelho de Mateus. Estudo de Mateus 11,7-10 com referência a Malachim 3,1(malaquias) Mateus 11,7-10: Tendo eles partido, disse Jesus à multidão a respeito de João: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Que fostes ver, então? Um homem vestido com roupas luxuosas? Mas os que estão revestidos de tais roupas vivem nos palácios dos reis. Então porque fostes para lá? Para ver um profeta? Sim, digo-vos eu, mais que um profeta. É dele que está escrito: Eis que eu envio meu mensageiro diante de ti para te preparar o caminho (Mal 3,1). Malaquias 3,1: “Vou mandar o meu mensageiro para preparar o meu caminho. E imediatamente virá ao seu templo o Senhor que buscais, o anjo da aliança que desejais. Ei-lo que vem – diz o Senhor dos exércitos. A análise desta passagem é realizada com um comentário que consta em uma nota marginal da Bíblia Sagrada – Editora Ave Maria, página 1282. Segundo este comentário, a passagem de Malaquias 3,1 se refere à vinda do Mashiach que, tomando posse da Cidade Santa, põe fim a todos os distúrbios. Logo em seguida, a referida nota convida o leitor a estudar os versículos de Mateus 11,10; Marcos 1,2 e Lucas 7,27. Diante destas informações, algumas perguntas são inevitáveis: Em que passagen do Novo Testamento está narrado que Iehoshua de Nazaré toma posse da Cidade Santa? Se ele tomou posse desta cidade, o que fez depois? Estabeleceu algum governo? Em que passagen do Novo Testamento está narrado que Iehoshua de Nazaré põe fim a algum distúrbio? Após a sua morte cessou algum distúrbio em Israel? Por outro lado, o livro de Malaquias inicia com oráculos dirigidos a todo o Israel através do Profeta Malaquias. É comumente admitido que estes oráculos foram pronunciados durante os anos que precederam imediatamente a vinda de Neemias (ano de 444 a.e.c.). Em seus oráculos, Malaquias fala do amor do Eterno e explica que Ele não está sendo generoso em bênçãos por causa de negligências dos sacerdotes, do desrespeito à santidade do matrimônio, ou seja, casamentos mistos, divórcios, e também por causa da falta de pagamento dos dízimos e etc. A ação de Malaquias preparou a grande reforma efetuada por Neemias. Para entender isto é necessário nos reportar ao tempo do sacerdote e escriba Esdras. O livro de Esdras, cujo nome significa O Senhor Ajuda, deriva do seu título do personagem principal dos capítulos 7-10. Não é possível saber com certeza se foi o próprio Esdras quem compilou o livro ou se foi um editor desconhecido. A opinião conservadora e geralmente aceita é de que Esdras tenha compilado ou escrito este livro juntamente com os livros I e II Crônicas e Neemias. A Bíblia hebraica reconhece os livros de Esdras e Neemias como um único livro. Ele liderou o segundo dos três grupos que retornaram da Babilônia para Jerusalém. Como homem devoto, estabeleceu firmemente o estudo da Torá como a base de fé do povo judeu (Esdras 7,10). O próprio Esdras foi sacerdote e escriba das palavras da Tora e dos mandamentos do Eterno (Esdras 7,11). As obras de Esdras cobrem um período de pouco mais de 80 anos. O primeiro período (Capítulos 1-6) com duração de cerca de 23 anos e tem como tema o primeiro grupo que retorna do exílio sob Zorobabel e a reconstrução do Templo. Depois de mais de 60 anos de cativeiro babilônico, o Eterno despertou no coração de Ciro, rei da Pérsia, o desejo de publicar um edito em que dizia que todo judeu, que assim desejasse, poderia retornar à Jerusalém a fim de reconstruir o Templo e a cidade. Um grupo de fiéis respondeu a este desejo e partiu no ano de 538 a.e.c. sob a liderança de Zorobabel.
Ricardo A. Crasto
Zacharias Bem Yossef