E de fato o homem tem livre arbítrio? Então Deus não tem filho? O Espírito Santo não existe?
PERGUNTAS:
- E de fato o homem tem livre arbítrio?
- Então Deus não tem filho?
- O Espírito Santo não existe?
1 - E de fato o homem tem livre arbítrio?
Sim, a maior prova disso é que somos livres para adorarmos o D’us que desejarmos. Eu certa vez fiz uma breve pesquisa sobre (Adoração) se tinha alguma passagem na bíblia hebraica que D’us diz para o seu povo ou qualquer outro povo “ADORÁ-LO”, sabe que não achei nenhuma passagem exclusiva, muito pelo contrário o povo é que busca adorá-lo quando reconhece NELE todos os Atributos, Requisitos e Verdades. Vejamos abaixo alguns versículos que separei para apresentar.
E direis, naquele dia:
Dai graças ao ETERNO, invocai o seu nome, tornai manifestos os seus feitos entre os povos e contai quão excelso é o seu nome. Isaías 12:4 |
Porque a tua benignidade é melhor do que a vida; os meus lábios te louvarão. Assim, eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos. Salmos 63:3-4 |
O ETERNO é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui socorrido; pelo que o meu coração salta de prazer, e com o meu canto o louvarei. Salmos 28:7 |
Grande é o ETERNO e muito digno de louvor; e a sua grandeza, inescrutável. Salmos 145:3 |
Amo ao ETERNO, porque ele ouviu a minha voz e a minha súplica. Porque inclinou para mim os seus ouvidos; portanto, invocá-lo-ei enquanto viver. Salmos 116:1-2 |
Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Salmos 19:1-2 |
Louvarei ao ETERNO em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca. Salmos 34:1 |
Mas eu confio na tua benignidade; na tua salvação, meu coração se alegrará. Cantarei ao ETERNO, porquanto me tem feito muito bem. Salmos 13:5-6 |
Louvar-te-ei entre os povos, ETERNO, e a ti cantarei salmos entre as nações. Salmos 108:3 |
Eu te louvarei, ETERNO, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. Salmos 9:1 |
Quem é este Rei da Glória? O ETERNO dos Exércitos; ele é o Rei da Glória. (Selá) Salmos 24:10 |
Os meus lábios exultarão quando eu te cantar, assim como a minha alma que tu remiste. Salmos 71:23 |
A quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti. Salmos 73:25 |
Não a nós, ETERNO, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade. Salmos 115:1 |
Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; pelo que, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me. Salmos 31:3 |
Contudo, o ETERNO mandará de dia a sua misericórdia, e de noite a sua canção estará comigo: a oração ao Deus da minha vida. Salmos 42:8
Eu te exaltarei, ó Deus, Rei meu, e bendirei o teu nome pelos séculos dos séculos. Salmos 145:1
Obs: Até em livros religiosos que chamam de Bíblia que o povo judeu não reconhece como divina não tem esta imposição.
2 - Então Deus não tem filho?
É difícil dizer SIM, sem chocar e entristecer outro povos.
Então dirás a Faraó: Assim diz o ETERNO: Israel é meu filho, meu primogênito;
Êxodo 4:22
Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei a meu filho.
Oséias 11:1
Também o farei meu primogênito mais elevado do que os reis da terra.
Salmos 89:27
Proclamarei o decreto do ETERNO. Ele me disse: “Tu és meu Filho; Eu hoje te gerei.
Ao contrário que pregam por aí, pelo menos nestas passagens fica claro que O FILHO DE D’US, é o povo de Israel.
Cuidado apenas com a teologia da substituição, (Pastores e Padres. “Nós cristãos” somos hoje o Israel de D’us). Com essa estratégia o cristão passa até ter obrigação de dizimar mesmo sem o terceiro templo erguido, deveria cumprir então os 613 mandamentos que são exclusivos para o povo judeu. O que o ETERNO está claramente dizendo que ISRAEL é o primogênito o PRIMEIRO de sua criação do seu coração. Outros são filhos “caçulas.” Digamos assim. Agora fica claro que não existe apenas um ser humano filho de D’us e D’us ao mesmo tempo, e todos os outros são criaturas e só se tornam filhos de verdade de D’us de “aceitarem” um deus chamado Jesus, isso é tão covarde, tão absurdo que é repugnante. Apaguem de suas mentes tudo que o cristianismo lhe ensinou, não se pode ensinar ao povo de Israel sobre o seu próprio D’us. Já viu uma criança de seis meses ensinar a seu pai como se comportar diante e cumprir os mandamentos de D’us e da sociedade?
3 - O Espírito Santo não existe?
Espírito de Santidade.
Gênesis 1
1 No princípio criou Deus o céu e a terra.
2 E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
Quando entramos no território sagrado da natureza de D’us devemos levar conosco a consciência de que somos meras criaturas finitas e falíveis tentando discutir o Infinito. Em relação a quem D’us realmente é, conhecemos muito pouco, por isso falar de D’us é falar de um Ser que transcende nossa experiência de vida e que supera nossa compreensão, estando além de qualquer sistematização do pensamento humano. D’us é singular e isso O distingue do humano, nunca podemos nos esquecer disto. Seríamos tolos se achássemos que podemos compreender os absolutos divinos de Seu ser, o mais sábio entre nós deve ficar em silêncio. E, portanto, qualquer modelo de pensamento, exemplo, símiles ou analogia que tente apresentar a natureza de D’us é, inevitavelmente, imprecisa. Na melhor das hipóteses, pode-se pegar alguns lampejos de Sua identidade divina mediante a Sua auto revelação nas Escrituras inspiradas.
Em Shemuel Bet/II Samuel 23:02 e 03 encontramos a descrição que Davi faz de sua experiência com o “Ruach há Kodesh”:
“O espírito do Eterno falou em mim, e a Sua palavra está na minha língua. Disse o Deus de Israel, a rocha de Israel falou-me…”
Na Torá, Moshe/Moisés escreveu em Shemot/Êxodo 31:03 a 06 que o Ruach de D’us distribuiu dons espirituais:
“E fiz com que ficasse repleto do espírito de Deus, em ciência, em inteligência, em saber e em todas as artes, para pensar em obras de mestre, para trabalhar em ouro, em prata e em cobre e na arte de gravar pedras de engaste e na arte de entalhar madeiras para fazer toda obra. E Eu, eis que designei… pus ciência, e farão tudo que te ordenei…” (Veja também Yeshaiáhu/Isaías 11:01 e 02, 61:01 e 02)
Dentro desta análise das Escrituras nos parece que o “Ruach” dependendo do contexto transmite uma ideia diferente de “fôlego, alento” e “entendimento, coração”
Ainda…
“E o Eterno apareceu na nuvem e falou-lhe; e tirou do espírito que estava sobre ele e o pôs sobre os setenta homens, anciãos; e assim que pousou sobre eles o espírito, profetizaram naquele dia, e depois nunca mais. ” Bamidbar/Números 11:25
Aqui o Ruach que estava sobre o Eterno, não era “sopro ou entendimento, vontade, coração”, mas saiu de D’us e foi colocado sobre os homens.
Vejamos ainda outro exemplo da Torá:
“E Bilam (Balaão) levantou seus olhos e viu Israel acampado por tribos; e veio sobre ele o espírito de Deus. E proferiu sua parábola e disse: ‘Palavras de Bilam ben Beor, e palavras do homem de olho aberto. Palavras daquele que ouve os ditos de Deus, que vê a visão do Todo-poderoso…” Bamidbar/Números 24:03 e 04.
Nos parece que Bilam entrava em visão de olhos abertos, ao contrário dos médiuns espíritas, porém, o notório é que ele ouvia o Ruach há Kodesh, ouvia os ditos de D’us e contava suas parábolas.
No livro do profeta Iehezkel/Ezequiel, o Ruach teve uma performance bem destacada. Neste livro ele aparece diversas vezes, veja por exemplo 03:12,22-24, 8:01-05, 11:01,24, 37:01 e 02.
Que é esse “espírito” que sempre atua tão diretamente sobre os profetas?
No capítulo 11:5 ele é designado de “espírito do Eterno” e no capítulo 36:27 é dito “Meu espírito”, assim também no 37:14, já nos capítulos 01:03, 03:14,22, 33:22, 37:01, 40:01 o espírito do Eterno é chamado de “mão do Eterno”, tão mais interessante é no capítulo 8:01 a 05:
“…a mão do Eterno Deus pousou sobre mim. Observei e percebi algo que se assemelhava ao fogo; de seu meio para cima parecia fogo e de seu meio para baixo era resplandecente como o cobre em fusão. E estendeu para mim uma forma de uma mão e me segurou por um cacho de cabelo; e um espírito me levantou entre a terra e o céu… e me trouxe a Jerusalém…ali estava a glória do Deus de Israel…”
Interessante que na visão ele parece ter visto uma silhueta de um ser glorioso que estendeu uma semelhança de mão, segurou pelos cabelos e o trouxe até Jerusalém para ver a glória do D’us de Israel, a mão do Eterno que o segurou era a mão do Ruach que o levantou, lembra o ensinamento de alguns sábios judeus que ensinavam sobre um ser de luz que entra em contato com o homem representando a “Shechiná” divina.
Santo
Em Ieshaiáhu/Isaías 06:03 os serafins de seis asas e que estavam na presença de Hashem clamavam um ao outro:
“Santo, Santo, Santo é o Eterno dos Exércitos; Sua glória envolve o mundo inteiro.”
Naturalmente que o “Ruach” é Santo!
O rei David em sua confissão do pecado de adultério e assassinato faz um apelo sentido:
“Não me afastes da Tua presença, nem retires de mim o espírito da Tua santidade.” Tehillim/Salmo 51:13
O rei inspirado faz um paralelismo característico da literatura hebraica, “afastes” X “retires” e “Tua presença” X “espírito da Tua santidade”.
É encontrado também um paralelo entre o “Ruach” e o “Shechiná” a presença divina que se manifestava no Tabernáculo no deserto e no primeiro Templo, onde pombas jovens e rolas eram as únicas aves oferecidas nos sacrifícios, tornando-se a pomba na tradição judaica como a imagem da Presença Divina, ou “Shechiná” o “Ruach há Kodesh”.
Sendo assim D’us habitava com Seu “Ruach” tanto na Terra Prometida em Seu Tabernáculo como habita, nos crentes, os templos vivos espalhados em seu exilio após o primeiro século da era comum.
Segundo a tradição judaica o pecado contra o “Ruach”, principalmente o pecado do orgulho afasta a “Shechiná”, a presença da santidade divina o “Ruach há Kodesh”.
Qual conclusão que podemos chegar comparando estes três usos da palavra “Ruach”?
Bem, primeiro que o Ruach humano pode ser entendido em duas formas, como fôlego, alento e respiração e a segunda como mente, entendimento, coração.
Já o “Ruach há Kodesh” é diferente do “Ruach” humano, o fôlego de vida ou entendimento e emoções, pois, Sua atuação consiste nas seguintes atividades divinas:
1. O “Ruach” falava através dos profetas como falou através de Davi.
2. O “Ruach” distribui dons como na construção do Tabernáculo, etc.
3. Em diversas ocasiões o “Ruach” habitou, pousou, esteve sobre as pessoas capacitando-as a realizar uma grande obra e vencer desafios.
4. O “Ruach” ministra através de parábolas exortativas, ensina com maestria.
5. Ele é designado por “Espírito do Eterno”, “Meu Espírito”, “Mão do Eterno”, “Santo Espírito”.
6. E finalmente o “Ruach” é chamado de Espírito Santo, “Ruach há Kodesh”, sedimentando sua total singularidade e mantendo totalmente distinto do “Ruach” humano que é apenas fôlego, alento ou entendimento, coração.
RICARDO DE ALBUQUERQUE CRASTO
Hoje é Ter. 19. Maio, 2020 | 25 Iyar, 5780